quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"Os Segredos da Autoconfiança"


De acordo com o autor, quando os pais fazem tudo o que os filhos querem, sem lhes dar nenhuma responsabilidade, há grandes chances da criança se tornar um adulto inseguro. "Ao passar os seus primeiros 18 anos se apoiando em outras pessoas e dependendo delas, as crianças são moldadas para fazer o papel de prisioneiras, com privilégios no caso de bom comportamento", escreve Anthony. Ele ainda ressalta que isso é típico do comportamento humano, já que todas as espécies de animais empurram os descendentes para o mundo pouco tempo após o nascimento.



Partindo desse princípio, o especialista defende uma posição polêmica. Para ele, os jovens devem sair de casa no máximo até completarem 18 anos ou concluírem o ensino médio. Segundo ele, isso faz com que eles se tornem independentes e mais seguros de suas atitudes.


Leia abaixo um trecho extraído do livro.


Quando criança, você não sabia e nem se importava com o que estava acontecendo no mundo à sua volta. A sua única preocupação era com o seu bem-estar. A impotência o tornava dependente do que os outros lhe davam e faziam por você. A sua maior alegria era ser alimentado, abraçado e afagado. O seu maior interesse era obter o máximo possível de atenção.


Logo descobriu que, se começasse a chorar, conseguiria um adulto para cuidar de você. Mesmo que estivesse apenas entediado, era só chorar que alguém geralmente aparecia para confortá-lo. Sorrir também funcionava muito bem. Sendo assim, você logo aprendeu a sorrir quando alguém o pegava no colo e a chorar quando a colocava no berço.


Esse simples exercício de manipulação estabeleceu o ritmo do resto da sua vida. Você passou a infância inteira desenvolvendo habilidades que causariam uma boa impressão nos outros e os levariam a prestar atenção em você. Desse modo, nesse primeiro estágio da sua vida você já estava programando a si mesmo para depender da aprovação de outras pessoas e se sentir rejeitado quando os outros desaprovassem o que você fizesse. Um comportamento desse tipo é compreensível em uma criança, mas em um adulto significa autodestruição. Se você ainda tenta manipular os outros para que façam o que você é suficientemente capaz de fazer sozinho, você não pode se considerar emocionalmente maduro.


Um hábito crescente na nossa cultura é o de fazer cada vez mais pelos filhos, esperando-se cada vez menos deles. Os pais, culpados por isso, estão inconscientemente enganando a sua prole ao permitir que eles permaneçam dependentes com relação a coisas que poderiam estar fazendo sozinhos. Ao passar os seus primeiros 18 anos se apoiando em outras pessoas e dependendo delas, as crianças são moldadas para fazer o papel de prisioneiras, com privilégios no caso de bom comportamento. É interessante observar que esse é um fenômeno humano. Pouco depois do nascimento, todas as outras espécies de animais empurram os filhos para o mundo, onde logo aprendem a ser independentes.


O maior presente que qualquer pai ou mãe pode dar aos filhos é ajudá-los a tornar-se autoconfiantes fazendo com que sejam autossuficientes. As crianças devem receber o máximo de responsabilidade com a qual sejam capazes de lidar, qualquer que seja a faixa etária. Somente por meio da independência é que elas experimentarão a alegria, o privilégio e a dignidade decorrentes do fato de serem responsáveis pelos seus próprios atos.


Os pais têm a responsabilidade fundamental de fazer com que a transição da dependência para a autossuficiência dos filhos seja suave. Deve ser permitido às crianças cometer erros para aprender com eles; caso contrário, será compreensível, anos mais tarde, precisarem fazer algo sozinhas, elas digam: "Não consigo!" A menos que tenham certeza do resultado, elas se recusam a experimentar qualquer coisa porque os seus pais superprotetores sempre acolchoaram o seu caminho.


Todas as vezes em que você faz alguma coisa que alguém poderia perfeitamente fazer sozinho, está literalmente roubando a pessoa. Quanto mais você se importa com uma pessoa, mais alerta precisa ficar para verificar se não a está privando da oportunidade de pensar e agir por si mesma, sejam quais forem as consequências físicas ou emocionais. Isso é verdade não apenas nos relacionamentos entre pais e filhos, mas também no casamento, no resto da família e em todos os relacionamentos interpessoais. Não podemos viver a vida de outras pessoas ou carregar o fardo delas, não importa o quanto as amemos.


O cordão umbilical deve ser cortado quando as crianças chegam ao início da adolescência. Acredito que devemos exigir que elas encontrem um lugar para morar no máximo até completar 18 anos ou concluírem o ensino médio. Muitos pais se revoltarão com essa ideia por razões que, para eles, parecem lógicas. Mas o fato é que nada confere mais autossuficiência a um jovem adulto do que precisar morar sozinho.


É interessante que, quase sem exceção, as pessoas que alcançaram um sucesso excepcional em todas as especialidades, inclusive nos negócios, no governo, nas artes e nas ciências, são pessoas que foram separadas dos pais por adversidades ou que decidiram se emancipar nos primeiros anos da idade adulta.


Ouvimos desculpas do tipo: "Queremos ajudá-los enquanto estiverem na faculdade", "Será financeiramente melhor para eles se morarem conosco", "É só até eles deslancharem", "Eles simplesmente não têm como custear uma casa e ao mesmo tempo frequentar a faculdade", e assim por diante. Superficialmente, pode parecer que os pais estão fazendo isso pelo filho, mas em geral a motivação é satisfazer as suas próprias necessidades.


Os pais que aceitam e tomam essa atitude por certa apenas adiam e tornam mais difícil o dia decisivo no qual os filhos precisarão enfrentar sozinhos o mundo adulto. Por meio do uso equivocado do amor paterno e materno, os pais encorajam a sua prole a continuar se apoiando, dependendo e esperando receber ajuda e apoio dos outros como se ainda fossem crianças.


Mas veja bem, quero deixar claro o nosso ponto de vista. Não estamos dizendo que você não deve ajudar nem dar nada para o seu filho, para o seu parceiro ou para o resto de sua família. O que estamos dizendo é que você precisa dar-lhes liberdade individual para fazer o que sentem que devem fazer a fim de crescer e se desenvolver. Você está sendo generoso quando os auxilia. Dê a eles amor, estímulo e reconhecimento pelo que realizarem. Esses são os elementos vitais para o seu crescimento, e eles não podem oferecer a si mesmos. Até mesmo a ajuda financeira deve ser analisada com cuidado. Não há nada errado em querer ajudar a criança financeiramente, mas isto deve ser feito com a condição de que a quantia será reembolsada no futuro.


A único alternativa para as pessoas que não desenvolveram a autossuficiência é usar a manipulação para conseguir o que querem. Se você não for autossuficiente, dependerá da sua capacidade de convencer as pessoas de servir e de satisfazer as suas necessidades. Se você usar os outros como um veículo que o conduza no decorrer da vida, você não poderá de modo nenhum ultrapassar os limites que se tornam capaz de convencê-los a carregá-lo. Se você for pai ou mãe, tenha sempre consciência de quais medidas poderão fazer com que o seu filho continue dependente, pois, caso elas sejam tomadas, ele pagará caro tarde demais.


" Os Segredos da Autoconfiança"

Autor: Robert Anthony

Editora: Best Seller




Créditos da matéria Livraria da Folha.

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